segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 

Coluna

Portadora Dinâmica

Por PY3JGS Julhiano Spall


O Tempo Não Deixa Calar


Brevidades e ponderações sobre o tempo, num tempo diferenciado que merece distinção, haja vista os momentos claros e divinos que reflete há um tempo qualquer, trazem profundas estimas pessoais e também particulares, sendo que, a universalidade de um tempo pode ser oportuna a uma sociedade também ampla.

Falo de um momento-tempo exótico, um espaço-tempo único que mais parece uma confluência de ideias e de reuniões inteligentes, das quais, resoluções interessantes podem aflorescer.

Vejo esse tempo revolucionário, e também congruente às várias oportunidades que nascem, crescem, e evoluem, com o próprio tempo jacente, onde que criaturas divinas, belas, e impressionantes, fazem-se parceiras, evoluem com o tempo e muitas vezes rejuvenescem ao passar de certo tempo perdido, ou adquirido.

Nesse espaço celular, um espaço pequeno, grande, não interessa! Mas nesse espaço que vós falo-ei, é renovador, se ganha conhecimento, aprende-se diversidades intelectuais, aprimoram-se as ideias, e ganham sem sombra de dúvida, bibliotecas gigantescas, aprendem até falar melhor, coisa que só se aprimora com o passar dos tempos, e então, magnificamente se esbaldam pelo mundo a fora, como num piscar de olhos, onde que, outros os escutam, e trocam aprendizados férteis.

Num tempo qualquer, num espaço simpático, homem e máquina se juntam e se entrelaçam numa forma direta e íntima, o ser humano e um rádio, que faz propagar a sua fala, a sua imagem, o seu sentimento, vejam então o núcleo disso tudo, o shake, a estação de radioamador, o espaço e o tempo juntos, levando ao mundo, exemplo de união diversificada, a união de povos e etnias diferentes, simplificando assim, levando ao mundo, a união eletromagnética.

E na manhã que antecipa uma gama enorme de atitudes e atividades, ao nosso café bem cedo, de madrugada, ligo um equipamento e escuto barulhos a mais, e num breve instante, uma voz soa pelo auto-falante, o som codificado aos nossos ouvidos, e o tempo para, voltamo-nos num repente, prestamo-lhe a atenção, e escutamos o nosso nome, quaisquer que seja o significado dessa audição, num tempo repentino, num tempo linear inesperado, recepciono-o, rapidamente.

E o tempo não para, flui como as ondas do mar, grandes pequenas, simplesmente continuas, o tempo, hora, o tempo tem as suas nuances também, vejamos que, num determinado tempo, escuro ou claro, independe de situação, mas nós, os humanos, seguem vários tempos, e ao mesmo tempo, interessante não?

Continuando nesta manhã, o relógio soa o alarme, só que já estamos em pé, prontos para mais um dia, em um tempo corrido, revolto, calmo, perturbador, mas o que realmente importa é o tempo que devemos cuidar, apreciar, fazer com que não se perca o tempo com bobagens ou mesmices adversas, e sim, com utilidades importantes.

Os ponteiros do relógio, que falei anteriormente, indica o tempo em movimento, segundos, minutos, e a hora propriamente dita, girando incansavelmente, automáticos ou não, marcam os lineares dos momentos, ou seja, dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um; já.

Meio dia, e agora? Um horário-tempo oportuno, o almoço, que maravilha de tempo, a hora em que juntamo-nos para nos abastecer, quer seja um banquete, quer seja um lanche rápido, isso não significa tanto quando temos muito tempo para usar, ou, pouco tempo disponível, aí sim o tempo é indicador definitivo do momento.

Feito isso, estamos abastecidos, prontos para mais uma carreira temporal, onde que as nossas atividades são mais contundentes, as obrigatoriedades se perfazem ao tempo, as cobranças são mais destemidas, mais presentes, e o tempo lhe exige rapidez, cupidez, correndo contra o tempo a fim de cumprir a exigência do tempo passado, por hora, o tempo passa e lhe define o quanto se esgotou e o quanto se ganhou.

No linear da vida, assim como a Terra tem suas performances naturais, tem um tempo distinto para dar a volta em torno de si mesma, leva tanto tempo para contornar o Sol, nós, os homens, digo, homens e mulheres, temos em si, certo tempo para nascer, crescer, e morrer, mudam em alguns casos, mas o tempo corporal tem fim, se extinguem ao passar dos tempos.

Trabalhamos muito tempo, vivemos muitos anos, e o tempo muda de acordo com as épocas do ano, assim, adoramos aproveitar o nosso tempo livre, para descansar, aproveitar o tempo junto à família, com os amigos, com nossos bichos de estimação, enfim, com qualquer coisa que nos faz feliz, tranquilo, satisfeito.

E a tarde chega com muita atividade a fazer, ainda, sendo que, quanto mais rápido passar o tempo, logo retorno ao meu lar, minha casa, ao meu descanso, e poderemos nos esbaldar.

O tempo urge, como em muito casos falamos, nos expressamos por diversas maneiras, corremos contra o tempo, vivemos em tempos difíceis, o tempo está para chuva assim como hoje estará para o sol, não percamos tempo então, alguém lhe espera, pois está atrasado, e o tempo que gostaria de fazer tal ou tais coisas já passou, mas sempre é tempo de renovar, agora é tempo de inventar, faça isso ou aquilo, e que não se perca o tempo de amar!

Concluo minhas atividades em tempo record, fiz o que era para ser feito, vejo felicidades a mais no espaço onde estou, e sinto que agrado e agradei com que fiz, tive um tempo maravilhoso com vocês, e reconheço os seus afetos, pude perceber que esse tempo ficará gravado na memória de muitos, e assim poderemos continuar amigos, que coisa boa quando o tempo ajuda, não faz frio nem calor, fica agradável, e desta forma, retornarei amanhã, para mais um dia de conquistas.

Mas lembrem-se, o dia ainda não acabou, estou em movimento, fui aqui e ali, ajudei e fui ajudado, meus afazeres me sugaram em muito tempo, e não desisti, a tarde avança porque o tempo não parou em nenhum instante, o ponteiro dos segundos, gira como um louco, e nesse viés de loucura enlouqueço brevemente, sendo que, que ao passar do tempo, me satisfaço e me recomponho prontamente.

Como posso deixar passar esse tempo de conquistas, de momentos distintos e únicos, pois sabemos que o tempo também é bom com a gente, e vislumbramos maravilhas do mundo, amigos vem, amigos vão, a fluidifiques dos tempos, mais parece um vulcão, em ebulição, mas não se assustem, pois esse tempo também tem fim. É temporário.

Chegando o fim de mais um dia, o sol vai enfraquecendo, o tempo vai mudando, ficando mais calmo, as cobranças por hora, foram se acalmando, risos e desabafos florescem, e os ânimos ficam esbeltos, vejam então, que as torturas do dia conturbado, foi derrubado pelo próprio tempo, as bravuras cessaram, e a calmaria veio a tona.

E sabem; aqueles barulhos que o tempo produz ou provoca, pararam também, estou surdo? Estou noutro tempo, não os escuto mais, apenas as desventuras da natureza chegam até mim, meu Deus, que sentimento bom, posso sentir aquele ar puro, aquele trânsito maluco não tem mais, para onde foram aqueles veículos perturbadores, as pessoas sumiram, caramba!? A vida realmente é mágica, estou aqui num curto espaço de tempo, e derrepente estou noutro ponto, muito rápido, pois a percepção de tempo é imperceptível, muito rápido, principalmente quando estamos maravilhados.

Final de tarde, vislumbro o meu espaço, único, o meu melhor canto do planeta, vocês sentem isso ao retornarem para suas casas? Conseguem perceber tal alegria ou felicidade momentânea? Isso não importa, mas conseguem enxergar o momento? Se sim, então temos as mesmas visões de mundo, estamos unidos pelos mesmos sentimentos, e se não, que se faz, bem, podemos ponderar que algo faltou para completar o seu tempo, e não o trouxe consigo, lembre-se, ainda a tempo de buscá-lo, vá e o alcance, pois você o merece.

E agora o momento especial, o lar, o seu espaço celular completo, a família, os filhos lhe recebendo-o, que perfeito, não falta mais nada, apenas aquela minha visita pela sala de rádios, coisa corriqueira para todo bom radioamador, não é verdade? Pois bem, encontro e escuto barulhos estranhos na sala, os rádios, estão ligados, como, quem, porque, é a pergunta que não quer calar, “QUEM FOI QUE LIGOU OS RADIOS”?

O Tempo Não Deixa Calar. Termo esse escolhido para o momento, o momento-tempo exótico, pois algo aconteceu, e ao indagar de como os aparelhos estão ligados, frases e desabafos se embrulham rapidamente, e o retorno é bem singelo, quando a sua esposa lhe diz: “vê se amanhã de manhã, quando sair para trabalhar, TU desliga esses rádios”! Ponto!

Há! Os rádios, nossos periféricos distintos de tantos outros, mesmo que, nesse mundo moderno das descobertas, periféricos perfeitos para nós, amantes dos rádios, sendo que, para muitos, não são tão simpáticos.

O tempo vislumbra isso quando os contatos são feitos, a longa e a curta distância, serventias se comprovam, falas e atividades com diplomas e mais, são condecoráveis, onde que, prateleiras ficam recheadas de prêmios e certificados visíveis, tudo isso remonta e monta conquistas, perda de tempo? ou tempo bem usado que se concluiu?

É fácil exemplificar a atividade de radioamador em seu espaço confinado, em seu carro viajante, em uma caminhada trivial, em certo tempo, todas essas possibilidade de contatos, são o vinculo matinal e que lhe gruda de certa forma ao seu retorno temporal.

Também é corriqueiro de se ouvir esse comentário, os radioamadores adoram falar do tempo, repetem todos os dias esse assunto. Eu, na qualidade de radioamador, vivo e atuante, que lhes escrevo nesse breve artigo, já pude receber tal indireta, porem, quem desconhece tal assunto, sempre critica de forma antipática. Isso é natural do ser humano, ainda é uma falha que persegue principalmente os descrentes, mas acreditemos que com o passar dos tempos, as possibilidades de melhora, podem ser palpáveis.

E agora, o tempo escuro, sim, o tempo noturno, onde os pequeninos já se recolheram, a sua esposa querida, também fora descansar, e você, aproveita o momento social intimo, único, sozinho em sua sala de radio, onde tudo começou no tempo diurno, lembra dos fatos?

Então, O Tempo Não Deixa Calar, fala mesmo que solitariamente, continuo, e sem perceber, que para muitos o incomodo pode ser figurado, e somente o tempo lhes dirá, com bons termos ou com criticas mais severas. Eis o tempo neutro, onde que um radio continua a transmissão, os barulhos das frequências atuam incansáveis, estalos e reverberações estimulam as mentes, e ao termino desse tempo, tudo se resolve, em tese!

Sim, o tempo não deixará calar, haja vista outros tantos radioamadores estão conectados, assuntos diversos rolam pelas ondas dos rádios, lembram das ondas do mar, que comentei anteriormente, pois bem, igualamo-las de tal sorte, que se assemelham rapidamente, são continuas, porque, quando uma onda para, vem logo outra na sequência, e assim a propagação das ondas do universo são praticamente eternas.

O som borbulhante de um radio, do mar, das florestas, até o assobio do próprio vento, nas campinas de cima da serra, nos altos das montanhas, adjetivo que se dá aqui no Sul do Brasil, “onde sopra o minuano”, seja assim configurado o tempo persiste, propaga de forma única, girando como os astros do Universo, gigante isso tudo é, belo em cada época, onde se formam as estações do ano com os seus tempos divinos.

E a madrugada chega, meus contatos estão indo embora, estou ficando cansado, de manhã tenho que acordar cedo, novamente, já fiz os registros no meu Log, então encerro as minhas transmissões, amanhã tem mais.

Bem! Tivemos um dia cheio hoje, todo o tempo fui cobrado, que coisa! Mesmo que fiz tudo certo, mas algo ainda persiste que é o tempo, me cobra o tempo todo a fim de não parar, mesmo ao dormir o tempo não sossegou, me vigia o tempo todo, até o amanhecer, mas espero que o dia de amanhã seja gentil comigo novamente, terei um tempo cheio novamente.

E ao deitar em meu aconchego, uma voz bem baixinha, quase que sussurrante, adivinhe, minha esposa, que reclama: “vê se ao sair amanhã de manhã, não esquece de desligar aquele radio”. Fecha aspas, termina o tempo.

Julhiano Spall PY3JGS

devidamente publicada na revista QSO online. 

link: https://www.revistaqso.com.br/

 

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